quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Eu queria poder o tempo parar,
o vento cessar
e você enxergar

Um mundo de cores,
amores e sabores
De expectativas viradas
e recomeços, muitos recomeços

Limpar os olhos, ver a verdade
Esvaziar o coração e amar novamente
verdadeiramente.

domingo, 13 de dezembro de 2009

Considerações Finais - I

Espero que alguém nesse mundo possa ser eficientemente capaz de mudar os pensamentos de um jovem rapaz, que um dia muito gostei, que acha de vive uma vida louca e cheia de estrepulias, quando na realidade, não vive nada além do que seus pais lhe permitem. E que essa mesma pessoa, possa lhe apresentar um mundo real, estourar a bolha em que ele vive e traze-lo para o lugar chamado PLANETA TERRA. Onde as pessoas se relacionam por interesse, sem amor, por medo, por pena, por prazer. E nada disso é tão assustador quanto a realidade em que ele vive. Que até a mim mesma, nos momentos de reflexão mais produnda, assusta.

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Depois de fechar as malas, ela agora se fecha de novo. Pelo menos nesse espaço de tempo, onde estará distante das coisas que a fazem existir. Uma pessoa nunca é pessoa por si só. Os fatores externos a constroem também. E ela se vê desabando ao ter que mudar o lugar de seu achego. Nem sempre são rosas pelo caminho. Porém, se você se descobre, e se constrói no meio dessa mata fechada, como pode agora viver em meio de estranhos, e ao céu aberto?
Tudo foi encoberto durante tanto tempo. Seus amores, seus medos, seus sonhos. Tudo foi vivido por ela só. Não precisava de testemunhas. E agora? Terá sua identidade revelada? O sofrimento há de acabar com tudo?
Mesmo que o mundo sempre tenha lhe agradado muito, sua vida foi cuidadosamente integrada a seu habitat natural: Joinville.

terça-feira, 3 de novembro de 2009

Alegria
Era o que faltava em mim
Uma esperança vaga
Eu já encontrei.

Teus carinhos que me faz
Me deixe em paz
Não te quero ver
Para nunca mais.

Eu sei que teus beijos e abraços
Tudo isso não passa de pura hipocrizia
Já que tu não és sincera
Eu vou te abandonar um dia.

A sorrir
Eu pretendo levar a vida
Pois chorando
Eu vi a mocidade perdida.

Finda tempestade
O sol nascerá
Fim dessa saudade
Hei de ter outro alguém para amar.

Alegria/O Sol Nascerá - Elton Medeiros e Cartola

sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Virada

E ela bem que tenta. Começa e recomeça.

Muda a disposição dos móveis no quarto, troca as cortinas, compra outros incensos. O sol mantém o quarto aquecido. E ela se arruma por dentro. Tira o que está estragado, joga fora o que hoje é lixo e re-organiza o relicário chamado coração. Diante do dia lindo lá fora, com as portas do guarda roupa abertas, ela escolhe seu melhor figurino. Calça escura, uma camisa social branca. Prende o cabelo num delicado coque no lado direto e coloca em cima dele uma flor. Pronto. O resto não importa. Ela se olha no espelho e vê o que sempre foi. A insana personagem de casca endurecida pelos amores infindáveis, pelos paradigmas familiares, pelos sonhos confusos. Está pronta para mais uma dose de ventania e perdição. As vezes estar sem rumo funciona pra ela. É uma leveza difícil de entender.

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Cresci luar, pra não deixar de ver o sol nascer. É na hora em que eu me retiro, que a vida acontece. Ao meu lado ficam sempre. Veja o céu é cheio de estrelas, que mesmo mortas, nós continuamos a enxergar.

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Peneirando

As horas passam rápido demais. A TV adormece antes de eu pegar no sono. É difícil abster-se de sonhos e pesadelos. As noites eram mais leves no começo. Sentia uma leve brisa nas costas antes de mergulhar no calor das cobertas. Agora amanheço pesada. O sono me trás cansaço e fadiga. Acordar significa pensar, reagir, planejar, caminhar, ir adiante. E quando acordo nem sempre tenho a sensação de que serei forte o suficiente para dar mais esse passo. Ir um pouco mais além no caminho da vida.

Enquanto o doce panotone desce com a ajuda de uns goles de café, eu reflito. É preciso entender como o viver é realmente um caminho sem volta. Não digo que as oportunidades não baterão a sua porta, daí é força do destino, e não mais porque estes foram os teus planos.

Hoje decidi fazer mais um peneirão. A cada recomeço é preciso definir quem vai ou não estar presente no teu futuro. Aqueles que ficarão no passado e aqueles que estarão na minha formatura, no batizado dos meus filhos, nas minhas bodas de prata.

Reforçar as alianças que não exigem fidelidade, segurança, calor. O amor, como as amizades, deveria ser puro e gentil. Participar sem cobrar. Entender que mesmo não sendo pra toda vida, pode ser um remédio pra uma doença não curada, um anestésico para cortes atuais, uma prevenção para acidentes futuros. Um cervejinha gelada para as tardes de domingo, um jantar íntimo para o sábado a noite, uma boa conversa para o almoço da semana.

Um pouso forçado para a realidade. O relógio já aponta a hora de mais um passo...

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Dizer tchau?

Eu queria não precisar mexer em nada. Modificar nada. Mudanças, às vezes, são necessárias, mas nem sempre são agradáveis. Descobri que estou cansada de tantos inícios e fins. Quando decido terminar, sinto que acabo com tudo. Com todas as histórias. É difícil encontrar o ponto de partida e começar de novo.

Já faz tempo, mas tive um fim e um começo trágico. Fugi de tantos e tantas vezes que havia esquecido como essa dor é corrosiva, o quanto ela consome do meu dia, da minha atenção. O quanto é ruim pensar em começar de novo, em fazer novas buscas e encontrar novos amores.

Nós podemos continuar assim. Entrar numa bolha de sabão e viver. Viver a espera de um vento forte, ou de um dedo metido pronto pra tocá-la e destruir nosso espaço.

Hoje meu medo de ficar sem você é maior que o medo de ficar com você.

terça-feira, 6 de outubro de 2009


Quero mais
Quero mais
É tão simples abusar do meu espírito ingênuo
Já passaram mil romances, caravanas, sentimentos
Desarvorados
Num tempo sublime
Do verbo amar.
Amarei aquele que chegou
Pra não partir jamais
Partiu
Agora eu quero mais

(Tão simples - Chico Buarque)

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Ah sim!

O que era estranho hoje já se faz familiar. Sim, quarto, sala, cozinha. Sim, pai, mãe, cachorro e passarinho. Sim, conversas bobas, quase brigas, risadas espontâneas. Sim, planos pra amanhã, pro feriado, pra daqui a quatro meses. Sim, sonhos, brigas, amores. Sim, beijos, carinhos, abraços. Sim para as noites, para as fantasias, para as novas experiências. Sim, ser notado, mesmo que inconscientemente pela afeição. Pelo interesse não descoberto. Pela admiração desconhecida.
Sim, é te dizer sim. É dizer sim pros nossos sonhos. É dizer sim pro teu abraço. É sim pra você. Sem demora, sem hora, simples assim!

Reticências

E o mundo que nós criamos para dar vida a nossa história foi invadido. Não há para onde correr, estamos sendo cercados. Você e eu. Longe um do outro. Tem funcionado. Os invasores me mantêm distante, me colocaram numa astronave e me levaram pra passear. E você? Aproveitou-se das invasoras também não é? Eu sei disso, é a tua cara não perder essa chance, ainda mais com corpos estranhos. Bem, as notícias correm. E a distância aumenta. Não houve mais contato. Você ocupou-se em trazer diversão para o mundo, e eu, em explorar novos romances. Os invasores até que não se saíram tão mal. E a desistência veio. Parar de fugir, de correr pra lugar nenhum, de deixar o tempo passar... São muitas dúvidas para esses humanos. Os desejos aos quais fomos envolvidos não cessam. Talvez não queira saciá-los. Deixar o desejo pra depois e nunca deixar o desejo. Deixar você pra depois, e nunca deixar o meu desejo.

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Querer


Hoje foi diferente. Ela quis mudar muita coisa e foi mudada. Sim, não esperava por isso. Mas a voz dele foi incrivelmente tentadora pra ela. A ponto de desejar se materializar em sua frente e dizer o quanto deseja isso, o quanto queria que ele se mantesse perto. Mesmo sabendo de toda a verdade, mesmo sabendo do possível futuro, ela o quis. Sim. De maneira intensa e verdadeira. Cheia de vontade, carisma, amor próprio. Ela quis a alegria que emanava na voz dele, a pureza de seus pensamentos, o amor em sua forma mais notável e bela. Ela o quer e agora? Será pra ele seu próximo sim?

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Feitiço

(...)
Por isso me traga uma flor
E faça um favor de não me irritar
E conte uma bela história
Se for confiante
Vou acreditar

Eu queria ter esse problema
Igual aquele filme
Que eu vi no cinema

Eu sei, você não viu
Mas eu explico o esquema
Me abraça
Me ama
Me beija

Cadê você?

Ana Cañas - Cade Você

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Nunca é demais

Só pra te dizer que eu sinto saudades antecipadas. Que as lembranças caem como pedras de gelo no copo da minha saudade. Fazendo um volume extra. Fazendo o copo suar, quase transbordar. Misturando líquidos, proporcionando sensações. Mas é só quando eu te vejo que a minha sede passa. É só a tua presença, única, cheia de pureza e concentração, capaz de fazer meu copo se esvaziar e encher em segundos novamente. Criando assim um ciclo vicioso, onde a tua presença tende a ser constante, minimizando a saudade e aumentando minha sede.

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Incerta

O coração não tem rumo. Está afundando em um rio gelado e de forte correnteza. A água fria confunde os pensamentos da pobre moça, que não sabe ler mapas e muito menos decifrar códigos. Seus e deles. Sim, eles. Não teve um momento de baixa adrenalina nos últimos três anos. A não ser quando ela procurou o rio para se afundar. Agora fecha os olhos e todas as lembranças vêm à cabeça, cutucar erros e feridas. E ela já não sabe mais se amor é carência, espiritualidade ou simplesmente amor. O amor pode mudar não pode? Pode mudar o tipo do amor? Ela se engana sim. Entrega-se a breves devaneios. Quando acorda não quer levantar. Espera pelas águas geladas do rio, para quem sabe esquecer essas idéias errôneas e confusas com que sonhou, e pensou, e imaginou. Seu mundo é confortável demais, aventureiro demais. Proporciona coisas que só ela entende. Sentimentos que nem ela compreende. Mas sabe que tem medo da mudança. Medo da insegurança. Medo da mentira. Ela não sabe quando está enganando a si mesma. Só quando a dor bate, ela sabe que foi enganada. E os olhos ao seu redor, que nunca esclarecem as opiniões, só a fazem desejar mais e mais as águas frias, impedindo-a de cometer erros, sofrimentos e dor. O tempo que passa devagar, ou as sensações que se fazem rápidas demais, confirmam isso: talvez ela tenha medo de se entregar.

terça-feira, 25 de agosto de 2009

Agora é hora de vibrar!

Como fugir dos teus longos braços, que em forma de “C” me enlaçam num abraço apertado. Quente e cheio de vida. Sutil e fraternal. Que instintivamente me protege, me aquece, me faz sonhar. De tuas mãos que prendem as minhas, como palha que não foge do fogo. E já é difícil se distanciar do fogo, do calor, da umidade dos olhos. Do cheiro fresco e floral que envolve a minha pele, minhas roupas, meu paladar. Torna as noites mais serenas, os dias mais ansiosos, os sonhos mais bonitos. Desperta sensações adormecidas, ambições inadequadas, desejos quase proibidos. Que se resumem tão facilmente num sentimento delicado, cheio de sintonia, familiaridade e emoção.

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Ela só quer planar


No fim das contas, ela é simples. É isso mesmo. Límpida, translúcida, mineral. Eu é que tento aplicar teorias loucas e mal estruturadas em seu comportamento. Sim, numa busca constante por explicações. Numa busca por aquele sorriso fácil e tentador, que volta e meia faz curva em seu rosto. Numa busca constante de porquês, que talvez nem ela procure.

Não procura porque não gosta de entrar em labirintos. Quando entra é porque se deixa levar. E sendo levada ela desmancha no ar, paira sem que ninguém a segure. Por isso, todas as teorias são inaplicáveis em seu caso.

De repente, nesses voos musicais ela se desencanta e deixa-se abater por um peso. Pronto. A lei da gravidade incide sobre seu corpo e ela volta. Retorna para o conforto clínico de alguém que tenta explicá-la. No retorno ao chão dos mortais traz o peso da angústia.

Na verdade ela não busca explicações. Só procura um conforto terreno. Um lugar onde possa descarregar o que a incomoda. Enquanto não arranja outro vento para carregá-la mais um pouquinho diverte-se com a insistência dos falsos teoremas, que tentam embrenhar-se em suas ideias.

A angústia, ela própria, sabe que não pode permanecer naquele corpo por muito tempo. De um minuto a outro é expulsa e se resigna a sair calmamente quando sente o dedo lhe tocar o ombro. O dedo de um ventinho traiçoeiro que dá as primeiras brisas leves e consegue atormentar imediatamente. Angústia foi embora e ela está planando novamente, deixando-se levar como uma fumaça, que sai da chaminé e embrenha-se no céu sem saber se é nuvem ou fumaça. Se é guiada ou está guiando. Se é ser ou somente céu.


Letícia Caroline

segunda-feira, 17 de agosto de 2009



Ficou mais fácil abrir os olhos e enxergar um lugar no mundo pra mim. Mesmo não tendo uma mão segurando a minha, vivo um amor desajeitado, desarrumado e estranhamente colorido. Criou um laço extenso e firme no meio da minha alma, bem no coração. E hoje, isso me faz suficientemente feliz.

terça-feira, 28 de julho de 2009

Olhando calmemente pela janela de frente a minha mesa, posso ver, numa tarde desesperançosa, pontinhos luminosos no céu escuro da cidade. É quase animador. Entenda, o frio e a chuva são pra mim, injeções de reflexões. Tempos de descobertas, de formulações, de desorientação. Talvez eu não saiba lidar com isso da forma que eu imaginava que seria. Parecia tão fácil me desligar. Hoje eu entendo claramento o sentido de todas aquelas frases que levaram meu sono por algumas noites. Agora eu já sei. Mas do mesmo jeito, motivos não imitam ações. Eu mesma, sem perceber, tenho alimentado essa confusão entre desejo e realidade. Confundindo emoções, razões e objetivos. Devo admitir, essa é uma boa hora de traçar um novo plano. Sinto que o passado está mais perto do que pensava. E os olhos em minha volta parecem ver exatamente isso. Uma coisa que eu não havia levado em consideração. Por hora, sem teorias. Apenas emoções!

terça-feira, 14 de julho de 2009

"Sara, minha querida:
Os atores são réplicas. Eles simulam a atividade humana com tal excelência que, vistos daqui, são melhores, mais redondos, mais exatos que os seres humanos. O que fazemos todos os dias, assim cheios de pontas irresolvidas, os atores imitam com tal minúcia que se tornam eles próprios a alma do gesto. Réplicas concentradas da atividade humana.
Mas ponha-se um ator à solta: o fantasma respira mal sem texto; ele procura na calçada o limite do palco, inquieta-se com a indiferença da plateia, corre atrás da cortina, que não há; lembra-se de fragmentos de texto e de gesto, em busca de uma impossível unidade, de um suave arrendodamentoda vida que não está em lugar nenhum, exceto no tempo da peça.
Amanhece em Curitiba. O que eu quero com essas cartas que não posso entregar?".

Trecho de "Uma noite em Curitiba", de Cristóvão Tezza.

como pode falar tanto de mim?

quarta-feira, 8 de julho de 2009

As tantas teorias já formuladas paracem não valer nada diante da minha imagem refeltida no espelho. Sim, quantas perguntas eu já me fiz, e quantas respostas eu incansávelmente procurei? Fechar os olhos e imaginar passos, abraços, noites inteiras descritas dentro de uma agenda de capa vermelha. Músicas que ficam na cabeça e me fazem dançar pelo quarto, sala e cozinha. Dizem que aqueles que tem muito conhecimento, encontram várias palavras para designar um único sentimento. Será isso? Mas como ser um só sentimento? Acordei hoje com a sensação de que o espaço é maior, e que nele cabem muito mais lembranças do que realidade...

terça-feira, 23 de junho de 2009

É chegada a hora?

Eu não quero mais saber de você. Acho que é um bom momento de te tirar da minha vida. Esse silêncio machuca tanto. Muito mais do que a certeza que eu tenho de que não existo na tua vida. É como manter uma jóia dentro de uma caixinha, você sabe que ela esta ali pra quando precisar, mas dificilmente a usa. De vez em quando abre a caixinha, dá uma olhadinha nela, alisa, experimenta, se olha no espelho, mas rapidamente ela volta ao seu lugar. Guardada e escondida numa caixa que passa despercebida entre as suas coisas. Foram muitas palavras numa mesma noite. Talvez nós falamos demais. Talvez ficamos muito expostos um ao outro. A barreira deveria ter sido quebrada. Mas o contrário aconteceu, o muro se embruteceu e nos afastou um pouco mais. Eu esperava que não fosse assim. Por isso o meu desejo de hoje te mandar embora. Sabe, seria belíssimo se esse encanto existisse pra você. Estamos rodeados de mistério, e nem nos encontramos mais em meio a tantas portas e janelas fechadas. Quando estamos juntos somos, quando não estamos, desaparecemos. Somos palavras não faladas, músicas não ouvidas, cama bagunçada, somos olhos nos olhos, um amor cuidadosamente medido para não ser amor. E os mesmos olhos que se fecham pra não enxergar o que acontece, ou ainda o corpo que se tranca para alma não se envolver com outra alma, te leva pra longe mesmo estando dentro de mim. Sim, você está aqui dentro. E eu atentamente cuido para não me apaixonar, para não te desejar, para não enlouquecer. E por prestar tanta atenção nesse caso, eu não consigo te manter longe das coisas que faço. E me decepciono mais e mais... Não por culpa sua. Por culpa minha. Que mesmo sabendo das condições que nos fazem ficar juntos até hoje, insisto em fantasiar uma história diferente com você. E olha que nem precisava ser tão diferente... Só pra eu ver que de fato existo. Acho que meu maior medo é não significar nada pra você. Olho pro relógio e vejo que ele continua andando, que mais um mês passará e eu fico a esperar um sinal teu. Mas pior é saber que esse sinal não virá. Porque eu não existo! E essa doida insegurança que me invade, me aflige, e hoje eu não consigo pensar em outra coisa há não ser o fato de que eu não desejo mais ser a protagonista dessa história. Mesmo com essa estranha felicidade que você me proporciona. Essa felicidade que eu não entendo de onde vem, e nem pra onde vai. Certa de que o bem e o mal podem ser causados pela mesma pessoa, pela mesma coisa, pelo mesmo sentimento. Talvez eu não queira que você vá de vez. Eu não quero sumir. Desejo apenas tornar esse romance coadjuvante na minha existência. Fazer dele sonho bom e doce lembrança, e não torturá-lo com incertezas e inseguranças que volta e meia me batem a porta. O problema é que eu perdi a manha de te ganhar. Eu sabia exatamente o que fazer pra te ter por perto, pra te ter comigo. Mas isso era antes. Antes de o meu coração começar a agir. Enquanto eu te buscava com a razão, eu te tinha. Agora que o coração se envolveu eu perdi o controle, não sei mais jogar. E me amarguro em pensar que assim pode ser daqui pra frente. É o medo de perder uma coisa que não é minha. De terminar o que nem começou. De descartar uma jóia nunca usada. O tempo me maltrata. E tudo o que vem de você acaba fazendo falta.

segunda-feira, 1 de junho de 2009

O que mais pode ser?

Porque me arrasto aos seus pés?
Porque me dou tanto assim?
E porque não peço em troca?
Nada de volta pra mim?...

Porque é que eu fico calado?
Enquanto você me diz
Palavras que me machucam
Por coisas que eu nunca fiz...

Porque é que eu rolo na cama
E você finge dormir
Mas se você quer eu quero
E não consigo fingir...

Você é mesmo essa mecha
De branco nos meus cabelos
Você prá mim é uma ponta
A mais dos meus pesadelos...

Mas acontece que eu
Não sei viver sem você
Às vezes me desabafo
Me desespero, porque?...

Você é mais que um problema
É uma loucura qualquer
Mas sempre acabo em seus braços
Na hora que você quer...

sexta-feira, 15 de maio de 2009




Virada do avesso. Perdida no mundo!
Sem rumo, sem foco, sem luz.
Coração acabado, jogado, pisado.
E o amor???
Apenas borboletas na minha barriga...

quinta-feira, 30 de abril de 2009

Desfaz-se Confusão

Talvez não seja assim
Talvez não seja tão ruim
Pra nós é tudo tão louco
Deixa como está
Não sei dizer o que mudou
Eu só quero que se lembre
Que pra mim eu sei nada vai mudar
Não te quero pouco

São palavras no ouvido
É difícil eu sei
Mas pra que duvidar de algo
Que eu nunca falei
Os sonhos vão parar muito longe daqui
E os seus olhos me perguntam pra onde ir

Pegadas secam no chão, depois
Chove no coração, depois
Eu posso ouvir os seus pés invadindo a solidão
Era pra gente ser feliz, eu lembro, é
Simples assim
Me diz pra onde foi'preu' ir atrás
Onde foi você em mim?

Diz com quantas palavras
Só nossas mais ninguém
Que a gente vai entender
O que é que a gente tem
Não quero mais contar as horas
Eu não sei calcular
O atalho mais seguro no seu olhar
Onde está você em mim?

A noite passa (mais eu não)
O sol amanhece (em você)
E outro sonho voa (mais eu não)
Eu vou, vou me perder (em você)
Eu vejo as estrelas acesas no céu
A porta entreaberta pode sair
Se quiser ir pode voltar pode sair
Quando quiser mais se quiser não vá


(Não te quero pouco - Negra Li)

domingo, 19 de abril de 2009

Mudança repentina

Ahh, essa coisa que me faz fechar os olhos.
Muda o rumo dos passos e pensamentos.
Me tira do acaso e me leva pra um caso, pro carro, pra casa.
Avermelha minhas maçãs, adoça as manhãs, me deixa com frio... arrepio... calafrios.
Me desvenda por sentidos não catalogados.
Abraça, aperta, beija.
Esquenta.
Faz rir, faz sonhar.
E agora mexe, tira do lugar.
Muda tudo.
Os pensamentos são outros.
Bem... os pensamentos são de outro.

segunda-feira, 13 de abril de 2009

Esse seu amor...

Temos rotas a seguir
Podemos ir daqui pro mundo
Mas quero ficar
Porque
Quero mergulhar mais fundo
Só de me encontrar
Em seu olhar
Já muda tudo
Posso respirar você
Eu posso te enxergar
No escuro
Tem muito tempo na estrada
Muito tem
E como quem não quer nada
Você vem
Depois da onda pesada
A onda zen
É namorar na almofada
E dormir bem
Foi o seu olhar
O que me encantou
Quero um pouco mais
Desse seu amor




(Seu Jorge - Seu Olhar)

quarta-feira, 8 de abril de 2009

terça-feira, 24 de março de 2009

O contraponto entre uma visão desconfiada e a poética. Sua melhor amiga faz jornalismo, e não confia em ninguém. Vê tudo com outros olhos, se prende as coisas ruins, desconfiadas. Enquanto a outra, sonha com a faculdade de engenharia, mas ama teatro, e tem uma visão romântica da vida. Um senso protetor, que estende a mão a todos. Procura ajudar, entender, compreender.
E como pode sair dessas duas uma amizade tão grande? As vezes as vidas se confundem. As histórias se misturam. Conversas que beiram uma sessão de terapia, através das janelas. Só elas entendem a grandeza dessa amizade. Quem as olha não consegue ver como é grande o que existe ali. Uma coisa extrema, que dificilmente oscila. As vidas podem não estar boa, mas quando se aproximam da janela para mais uma conversa, o dia muda de cor. Ganha trilha sonora, e risos incontidos dessas amigas de anos!

segunda-feira, 16 de março de 2009

Eu preciso de você


Eu quero dizer chega, mas não consigo.
Eu não quero mais olhar teus olhos... porque eles me carregam, me sequestram. Levam embora fala, visão e coração. Você é tudo aquilo que me atrai e que ao mesmo tempo me põe medo. Me traz lembraças de fazer apertar o peito. Faz o meu tipo.

Mas eu vou te esquecer. Eu vou sair dessa brincadeira. Isso vai me doer eu sei. Porque já não tenho como evitar o meu riso quando me provocas. Quando o argumento que usa é meu próprio nome. Me conheces e isso me assusta.

E agora essa idiota vontade de chorar, por eu gostar de você e ter em troca apenas o seu desprezo é o que me dará forças. Eu vou te tirar da cabeça. A tua voz não mais cantará as minhas canções prediletas. E o que eu leio não será mais as tuas palavras.

Eu vou correr pra bem longe. Vou gritar muito, você não vai ouvir. E quando eu voltar, não vou mais te amar. Seremos bonita memória de um amor de não deu certo!





E força antiga do espírito virando convivência de amizade apaixonada
Planejando pra fazer acontecer ou simplesmente refinando essa amizade
Eu vou dizendo na sequência bem clichê, eu preciso de você

quarta-feira, 11 de março de 2009

Ainda estão rolando os dados

Ah, se eu agüento ouvir outro não
quem sabe um talvez ou um sim eu mereça enfim.
é que eu já sei de cor

qual o quê dos quais e poréns dos afins
pense bemou não pense assim!

Eu zanguei numa cisma, eu sei
tanta birra é pirraça e só
que essa teima era eu, não vi e hesitei, fiz o pior

Do amor amuleto o que eu fiz?
deixei por aí...
descuidei, dele quase larguei
quis deixar cair.
mas não deixei
peguei no ar, e hoje eu sei
sem você sou pá-furada.

Ai, não me deixe aqui
o sereno dói
eu sei, me perdi
mas êi, só me acho em ti.
que desfeita a intriga, o ó!

um capricho essa rixa;
e maldo imbróglio que quiproquó
e disso, bem, fez-se esse nó.
e desse engodo eu vi luzirde longe o teu farol
.minha ilha perdida é aí o meu pôr-do-sol.

terça-feira, 3 de março de 2009

Improvável


O tempo abriu, meu coração fechou. De novo, mais uma vez. A confusão nunca me deixa. Mas dessa vez eu sei porque ela chegou. Eu sei porque meu quarto vive bagunçado. Sei porque as ultimas folhas do meu caderno estão cheias de versos, trechos de músicas. Cheias de pensamentos em ti.
Era diferente, ou, eu pensei ser diferente. Não foi. Não está sendo. E isso me deixa flutuante. Saio desse mundo, e parto para um ponto mais alto. Onde tento me tornar inatingivel. É só carcaça. Por dentro já estou envolvida. Já fui seduzida. Talvez esteja apaixonada.
Mas você se tranca. Não deixa eu desvendar teus mistérios, que por hora penso em ser maiores do que os meus. E eu quero te ajudar. Eu desejo ir adiante, dar um passo a frente. Mas você?! Torne-se mais claro, ou deixe que eu acenda a luz. Preciso ver teus olhos mais uma vez...

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Tão longe de um fim

*Talvez não seja nessa vida ainda, mas você ainda vai ser a minha vida*

*Ai meu Deus
Olha a beleza daquela menina
Dançando descalça
Na areia ela nem imagina,
Que o tempo parou,
Naquele instante
Meu peito apertou
No meu coração que era pedra nasceu uma flor
Aí "deus meu" ela gosta de praia que nem eu,

Cuida dos bixinhos,
Vai ser mãe de um filho meu

*Se amanhã tiver sol quero ir pra praia com voce
Dar uma pernada na areia só pra conversar e se entender
Vou botar pra tocar, uma sonzeira no cd
Vai um casal parceria você vai gostar de conhecer



Se o amor não anda bem, não há nada de mal...

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Minha outra metade



A imagem de homem inseguro ficou pra trás. A menina agora sente aquela leve brisa tirar seus cabelos do lugar. É como se uma mão o tocasse. Estremece corpo e alma. Os olhos vão longe. Buscam um ponto seguro, em quelquer lugar. Mas só descansa quando vê os olhos dele de novo. As fotos tem sido uma boa fuga. Mas não durará muito. Logo será preciso sentir o verde daqueles olhos clareando o dia de perto. E bem... junto com a sede de olhares, vem a sede de afeto, de cuidado, de atenção. A menina teme um sofrimento. Mas o coração esta saltitando no peito, e ela já não tem mais forças para segurá-lo.

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Entenda, isso é pra ti!


Tão complicado falar contigo hein?! É uma coisa que me faz tão bem, essa sintonia. Essa alegria. Mas não existe magia. É muito real. Não dá tempo pra sonhar, pra imaginar. Não há tempo pra sentir frio na barriga. Pra sentir as mãos dormentes e pernas bambas. As luzes estão sempre acesas, e a TV sempre ligada. Não me dão espaço para deligar-me desse mundo. As noticias passam, e o tempo voa. E eu não consigo sair desse lugar.
Me sinto presa a algo que não existe. Algo que não é real. As paredes se ergueram quando você levantou a voz comigo. Quando estourou as bolhinhas em forma de coração em volta da minha cabeça. Eu estava aberta, de braços abertos, de corações abertos. Era um jeito, um caminho de chegar. Você não usou esse caminho. Foi pelo lado mais complicado. Pelo lado mais pedregoso, mais chato do coração. Pelo lado mais alto de se chegar lá no fundo. Lá dentro da alma.
É possivel eu sentir algo e não saber o que sinto? Me diz? Você não se sente confuso? Com medo? A confusão pode estar em mim, e eu aceito isso. Mas nessas horas tudo o que eu menos preciso é de pessoas apontando defeitos, erros, insatisfações. Você tinha que me conquistar, e não me julgar. Não exijo nada demais. A maioria de meus sonhos são inatingiveis, vão além de Marte. Mas é um jogo que eu desejo. Pena que talvez você tenha desaprendido a jogar. Talvez eu precise encontrar a fada madrinha e pedir pra ela mandar um pote de magia pra você.
Como pode isso? Como pode você ser tão instavel? Me tirar tanto do rumo? Eu rio contigo. Eu me irrito contigo. Eu choro contigo. Escrevo e descrevo meus sentimentos, minhas angustias, e você insiste em deixar as luzes acesas? Entre na cartola. Deixe-se levar pela escuridão, pelos passos incertos. Desligue a TV e venha até mim.

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Calmaria


Calma!


Essa é a palavra de ordem na casa nesse momento.
Menina olhe-se no espelho, abra sua mala, veja! Já passou por isso tantas outras vezes. Porque esse desespero inútil. Tudo passa. As coisas boas e ruins. Nada fica aqui. Nada será eterno.
É isso que te assusta? Os planos indo pelo ralo? Levando sujeira, levando graça, amor. Você saberia que isso ia acontecer mais cedo ou mais tarde. Sabia que não era o tipo de caso de envolver-se sentimentalmente. E agora? Estás angustiada porque ele te evita? Ele te ignora, te procura apenas quando precisa de algo? Sabes como é. Já disse você já teve essa experiência.
Não é só sua cabeça que passa por um turbilhão. O coração também dá sinais. Ouça o que eu digo. Você pode estar apaixonada. Ele sempre fez seu tipo, admita! E não seja tola. Não mais essa vez. Chega! Já tem coisas demais para carregar contigo. Não se deixe humilhar. Não seja pisada. Não seja usada. E se for, humilhe, pise, use! Aproveite de todo o seu poder. Toda sua ira. Seja irresistível.
Esse não é um gostar de acelerar o coração. Aquele por qual você daria a sua vida. Não, pelo contrário. Você deseja a vida. É um apego. É um livro de romance, aventura e ficção. Tudo de uma só vez. Vivido pelos mesmos personagens, e tem como estrela principal ELE, quando deveria ser você. Mas tudo bem. Você sabe que isso tudo quer dizer, você vai crescer mais um pouco. Vai se tornar a mulher que ele não te fez. E isso será o mais delicioso. Pelas próprias mãos.


Cresça e apareça menina. Ele verá a mulher que deixou pra trás.

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Distrair-se por favor!

Havia a levíssima embriaguez de andarem juntos, a alegria como quando se sente a garganta um pouco seca e se vê que, por admiração, se estava de boca entreaberta. Eles respiravam de antemão o ar que estava à frente, e ter esta sede era a própria água deles. Andavam por ruas e ruas, falando e rindo. Falavam e riam para dar matéria peso à levíssima embriaguez que era a alegria da sede deles. Por causa de carros e pessoas, às vezes eles se tocavam, e ao toque - a sede é a graça, mas as águas são uma beleza de escuras - e ao toque brilhava o brilho da água deles, a boca ficando um pouco mais seca de admiração. Como eles admiravam estarem juntos! Até que tudo se transformou em não. Tudo se transformou em não quando eles quiseram essa mesma alegria deles. Então a grande dança dos erros. O cerimonial das palavras desacertadas. Ele procurava e não via, ela não via que ele não vira, ela que, estava ali, no entanto. No entanto ele que estava ali. Tudo errou, e havia a grande poeira das ruas, e quanto mais erravam, mais com aspereza queriam, sem um sorriso. Tudo só porque tinham prestado atenção, só porque não estavam bastante distraídos. Só porque, de súbito exigentes e duros, quiseram ter o que já tinham. Tudo porque quiseram dar um nome; porque quiseram ser, eles que eram. Foram então aprender que, não se estando distraído, o telefone não toca, e é preciso sair de casa para que a carta chegue, e quando o telefone finalmente toca, o deserto da espera já cortou os fios. Tudo, tudo por não estarem mais distraídos.



Clarice Lispector
(minha musa, vai estar pra sempre em mim)

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Não te dizer o que eu penso já é pensar em dizer

Andava a passos raros,
um pouco largos,
talvez leves
Pernas que balançavam...
Balançava os braços,
o quadril
balançava meu coração
Desviava os olhos,
tirava a concentração
dava ar ao nervosismo
Ria como uma criança
me fazia rir como uma tola
sorrisos que se encontravam
Um desconhecido sentado a mesa
garrafas de bebida
copos inundados de desejos
Encorajar-se?
apenas um mês depois
E agora que tomou todos os rumos
invadiu quarto, sala, banheiro e cozinha
eu não sei viver sem
não sei mandar embora
Enraizou-se como erva daninha
e não posso matar
afinal, mataria um pouco de mim também
mas veja, quem é que não mata um pouco de si?
A velha e conhecida dor bate a porta
e aquele misto de sentimentos vem a tona
Dor de um coração apertado
por saber que se tem amor,
e que não se sabe amar!

sábado, 17 de janeiro de 2009

Deliciosa confusão


E essa intimidade forçada no inicio, agora se traduz em sensações não desejadas.
A chuva só serve pra me confundir.Eu penso, penso muito.
E no fim, sempre chego na mesma conclusão. O que me deixa maluca.
Como pode tudo isso estar acontecendo?
O que nos motiva a fazer isto? Não consigo! Coloco todas as minhas teorias de relacionamento em ação, mas nenhuma se encaixa. Não faz sentido. E isso nunca me assustou tanto.

Verdade, assusta. Isso não é amor, não é paixão
É como um romance sem passar por testes. Sem ser colocados a prova.
Não cobrar, não magoar. Sem interferir.
É compreender que cada um tem a sua vida. Cada um tem sua realidade. E bem...colocadas lado a lado, elas são um tanto diferentes. Complicadas.
E agora parece que eu sinto teu cheiro por cada lugar que eu vou. Loucura!

Talvez seja preciso formular uma nova teoria pra isso. Tentar explicar.
Pensando bem... pode ser que não precise de explicação. Que tudo isso é assim porque tem que ser assim. Não temos nada que nos prenda. E talvez por isso nos sentimos presos. Não há exigencias, então fica mais gostoso, mais fácil.



Pode ser que não passe. Pode ser que nunca acabe.
Pode ser que amanhã eu não te veja mais.
Pode ser que eu nunca descubra o que eu sinto. E o que você sente.
E essa é a grande magia.
Pode até me abandonar, mas não me engana nunca!

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

Será

E se não fosse brincadeira
Qual seria sua reação?
Como suas palavras sairiam de sua boca e chegariam aos meus ouvidos?
Difícil é disfarçar essa coisa doida que acontece. E que eu não sinto só.
Você sente, mas não descobriu ainda.
É perceptível.

E se não fosse só amizade?
E se todos os meus planos criados pela fértil imaginação fossem sinais, do consciente, ou do subconsciente... Sinais de desejo, de vontades.
Seus olhos continuariam a me fitar enquanto danço?
Você teria a descrição exata de todos os meus passos naquela noite? Das bebidas que tomei, dos risos que eu dei, dos homens que beijei?
Você deve sentir minha reclusão. Meus passos de ré. Medo, ou vergonha, de encarar tal situação. Mas eu sei que sente.

E se fosse amor?
E se todos esses olhares, esses controles, essas preocupações são só pra dizer que você sente também?
Se essas colação em mim, nos meus horários, na minha alimentação, fossem pra te aproximar. Arranjar motivos e desculpas para estar perto. Para ter assunto. Para rir comigo?
E aquele silencio de palavras que ninguém espera. Mas por dentro, pelo corpo, pelos olhos, pela boca, faltam espaços para tantas sensações. Para tantos pensamentos.
Os olhos baixos. Brilhantes. Olhando um no outro. E o maior sinal, é o teu sorriso, que se abre sempre quando essa cena acontece.

E se esse mesmo sorriso for a forma de dizer que eu te quero?
Nossos olhos se encontrariam de novo?
Aquele mar de sensações viria a tona dessa vez?
Não há outra explicação. Nada mais me faria ficar por horas paradas aos teus pés, te olhando, te admirando, te desejando.
Analisando teus movimentos. Teus sinais. Teus efeitos.
Pensando em como eu quero isso pra mim. Pra minha vida. Pra minha sobrevivência.
O sorriso é a forma de dizer que eu te quero.
E te espero.

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

Pra ele

Eu que falei: "nem pensar..."
Agora me arrependo, roendo as unhas
Frágeis testemunhas
De um crime sem perdão

Mas eu falei sem pensar
Coração na mão, como refrão de um bolero
Eu fui sincero
Como não se pode ser

Um erro assim tão vulgar
Nos persegue a noite inteira
E, quando acaba a bebedeira,
Ele consegue nos achar

Num bar
Com um vinho barato
Um cigarro no cinzeiro,
E uma cara embriagada no espelho do banheiro

Ana... Teus lábios são labirintos... Ana
Que atraem os meus instintos mais sacanas
O teu olhar sempre distante sempre me engana

Ana... Teus lábios são labirintos... Ana
Eu sigo a tua pista todo o dia da semana
Eu entro sempre na tua dança de cigana

Ana... Teus lábios são labirintos... Ana
Que atraem os meus instintos mais sacanas
E o teu olhar sempre distante sempre me engana
E eu sigo a tua pista todo o dia da semana
O que eu falei foi sem pensar...
Foi sem pensar.



Refrão de Bolero
Engenheiros do Hawaii

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

Declaração


É estranho olhar pra você e perceber que eu ainda te desejo. Já faz tanto tempo... Poucas coisas mudaram. Mas foram de grande significado. Desde novinha eu sonhava com uma pessoa. Imaginava como ela seria, como me trataria. Jeito de falar, jeito de me olhar. Os sonhos, as coisas boas que traz consigo. O alto astral, o bum humor, a imaginação.
Faz quase dois anos, eu sei.Talvez você nunca leia isso. Talvez eu não tenha coragem de um dia lhe falar essas coisas.
Mas o que importa é que eu ainda gosto de ti. Sim. Aos poucos a gente descobre o que pensa, e o que sente. Meses depois é que eu fui perceber que você era aquele homem. O cara dos meus planos. Dos sonhos. Aquele que eu imaginei encontrar e ser feliz para sempre. Triste fim. Fiz uma das maiores burradas da minha vida. Senão a maior. Joguei tudo pro alto sem saber o que estava fazendo, e com quem estava lidando. Uma pena.
Tentei ser perfeita enquanto estavamos juntos. Não queria que os meus medos, meus defeitos te assustassem. Naquele tempo tinha medo de mostrar o que eu era. O que eu gostava. Estava a sua disposição. Feita pra te agradar.
Pisei na bola. Não era a hora, mas eu tenho certeza, era o homem certo. Eu não era madura o suficiente pra viver essa vida, viver a tua vida. Um mundo louco, sem hora certa, sem local certo. Vivendo da ocasionalidade. Não dava. Me assustei, o medo de viver outra decepção era maior, mais forte. Falava mais alto do que o pulsar do meu coração.
E eu larguei, sumi. Esbarrei contigo várias vezes. Sabia que aquilo que vivemos não seria mais igual. Mostrei então meu lado mais mulher, mais sedutora, aquele lado escondido e receoso. Foi o suficiente pra te ter por mais um mês. E depois, mais nada. Nem as caminhadas. Nem as conversas. Nem mesmo as mensagens.
Foi só eu ouvir que você ia embora pra eu estremecer de novo. Vir a tona todo aquele sentimento de culpa. Todo aquele amor que eu achei que tinha passado. Mas veja bem, acho que não é pra ser mesmo. Ou sei lá o que... Deus não permitiria tanto amor a um humano se ele não pudesse amar. Então, alguém me ajude. Alguém explica isso? Porque você não volta e diz que sente o mesmo por mim?
Fico louca, me perco nos passos. E não é raro eu me pegar pensando em você.
(Larga tudo e vem correndo, pra eu mergulhar no teu sorriso, me arranca desse inferno, me leva pro teu paraiso)