terça-feira, 23 de junho de 2009

É chegada a hora?

Eu não quero mais saber de você. Acho que é um bom momento de te tirar da minha vida. Esse silêncio machuca tanto. Muito mais do que a certeza que eu tenho de que não existo na tua vida. É como manter uma jóia dentro de uma caixinha, você sabe que ela esta ali pra quando precisar, mas dificilmente a usa. De vez em quando abre a caixinha, dá uma olhadinha nela, alisa, experimenta, se olha no espelho, mas rapidamente ela volta ao seu lugar. Guardada e escondida numa caixa que passa despercebida entre as suas coisas. Foram muitas palavras numa mesma noite. Talvez nós falamos demais. Talvez ficamos muito expostos um ao outro. A barreira deveria ter sido quebrada. Mas o contrário aconteceu, o muro se embruteceu e nos afastou um pouco mais. Eu esperava que não fosse assim. Por isso o meu desejo de hoje te mandar embora. Sabe, seria belíssimo se esse encanto existisse pra você. Estamos rodeados de mistério, e nem nos encontramos mais em meio a tantas portas e janelas fechadas. Quando estamos juntos somos, quando não estamos, desaparecemos. Somos palavras não faladas, músicas não ouvidas, cama bagunçada, somos olhos nos olhos, um amor cuidadosamente medido para não ser amor. E os mesmos olhos que se fecham pra não enxergar o que acontece, ou ainda o corpo que se tranca para alma não se envolver com outra alma, te leva pra longe mesmo estando dentro de mim. Sim, você está aqui dentro. E eu atentamente cuido para não me apaixonar, para não te desejar, para não enlouquecer. E por prestar tanta atenção nesse caso, eu não consigo te manter longe das coisas que faço. E me decepciono mais e mais... Não por culpa sua. Por culpa minha. Que mesmo sabendo das condições que nos fazem ficar juntos até hoje, insisto em fantasiar uma história diferente com você. E olha que nem precisava ser tão diferente... Só pra eu ver que de fato existo. Acho que meu maior medo é não significar nada pra você. Olho pro relógio e vejo que ele continua andando, que mais um mês passará e eu fico a esperar um sinal teu. Mas pior é saber que esse sinal não virá. Porque eu não existo! E essa doida insegurança que me invade, me aflige, e hoje eu não consigo pensar em outra coisa há não ser o fato de que eu não desejo mais ser a protagonista dessa história. Mesmo com essa estranha felicidade que você me proporciona. Essa felicidade que eu não entendo de onde vem, e nem pra onde vai. Certa de que o bem e o mal podem ser causados pela mesma pessoa, pela mesma coisa, pelo mesmo sentimento. Talvez eu não queira que você vá de vez. Eu não quero sumir. Desejo apenas tornar esse romance coadjuvante na minha existência. Fazer dele sonho bom e doce lembrança, e não torturá-lo com incertezas e inseguranças que volta e meia me batem a porta. O problema é que eu perdi a manha de te ganhar. Eu sabia exatamente o que fazer pra te ter por perto, pra te ter comigo. Mas isso era antes. Antes de o meu coração começar a agir. Enquanto eu te buscava com a razão, eu te tinha. Agora que o coração se envolveu eu perdi o controle, não sei mais jogar. E me amarguro em pensar que assim pode ser daqui pra frente. É o medo de perder uma coisa que não é minha. De terminar o que nem começou. De descartar uma jóia nunca usada. O tempo me maltrata. E tudo o que vem de você acaba fazendo falta.

segunda-feira, 1 de junho de 2009

O que mais pode ser?

Porque me arrasto aos seus pés?
Porque me dou tanto assim?
E porque não peço em troca?
Nada de volta pra mim?...

Porque é que eu fico calado?
Enquanto você me diz
Palavras que me machucam
Por coisas que eu nunca fiz...

Porque é que eu rolo na cama
E você finge dormir
Mas se você quer eu quero
E não consigo fingir...

Você é mesmo essa mecha
De branco nos meus cabelos
Você prá mim é uma ponta
A mais dos meus pesadelos...

Mas acontece que eu
Não sei viver sem você
Às vezes me desabafo
Me desespero, porque?...

Você é mais que um problema
É uma loucura qualquer
Mas sempre acabo em seus braços
Na hora que você quer...