domingo, 17 de abril de 2011
Chega de se esconder
sexta-feira, 4 de março de 2011
Saudade que é minha
O casaco que me aquece tem o cheiro da saudade que aperta o coração, que faz as lágrimas caírem de vez em quando, que tranca a voz como se fosse impossível falar. Tem em si o cheiro de quem me faz falta, do abraço que eu sonho em ganhar todas as manhãs. As mangas parecem que falam, ouço o som da TV ligada na sala, do rádio na cozinha, dos jogos do computador no quarto. Parece que me puxam pra lá, me põe sentada à mesa tomando café, cercada daquele calor, calor de casa, calor de família. A gola também fala, e sofre comigo, ouve todos os pensamentos, conversa com a minha saudade como se fosse possível remediar, como se os quilômetros fossem que nem os centímetros da régua, a um passo do abraço confidente, do colo materno, da alegria da companhia de quem é nosso a vida inteira. E se a vida inteira for regida por uma saudade dessas, serei obrigada a encher meu quarto de coisas que à eles pertencem.
Hoje em dia
O rádio desligado não diminui o barulho dessa sala. O ar frio gela o corpo, só não congela os pensamentos. Que saem janela afora, correndo pela rua, subindo em árvores. Encontram rostos conhecidos, ouvem sons que remetem lugares e pessoas. Não param. Inventam viagens e amores. Amores como aqueles de carnaval, avassaladores e irresistíveis, cheirosos e gostosos. Altos e baixos, olhos claros e escuros. Como cabelos que se envolvem no corpo, como roupa de inverno pra aquecer. O coração acelera, os olhos começam a fechar, e a imaginação voa outra vez. O interfone toca, o portão tem que ser aberto. E os sonhos, dão espaço a mesa cheia de papel, e o follow up cheio de tarefas pra realizar.
sábado, 26 de fevereiro de 2011
Faz tempo
Um carinho sem explicação. Palavras que se fazem vento, vontade, sintonia. Sinfonia. Sim, isso também tem aqui.
Um abraço que cala. Um silêncio que fala. Carinho que afaga.
Muda.
E o tempo passa. Voa. Já faz tempo.
Mas ninguém ainda desvendou os segredos, que se escondem por de trás dessas almas.
segunda-feira, 15 de novembro de 2010
quarta-feira, 13 de outubro de 2010
Sentidos
Tudo aqui é extremo. Cheio do vazio, cheio da falta de ar, cheio de ausências. Tudo aqui é presença. Presença da saudade, presença do som das vozes, das melodias das músicas.
É poético, musical, viral. Feito das letras unidas, não das palavras formadas. Tudo é junção, combinação. Nada programado. Nada comparável. Cada vez mais distante das convenções. Cada vez mais fechado na nossa bolha de ar.
Sem restrições de tempo, de desejo, de volume. Tanto alto, quanto denso. Caminha pelo tempo como frágil ipê que ao final da estação sai voando com o vento, para no próximo ano estar ali de novo. Florido. Florindo. Enchendo a rua de cor, de cheiro, de emoção. Pintando a calçada de velhas histórias, tão atuais como as músicas quem um dia ouvimos juntos.