domingo, 17 de abril de 2011

Chega de se esconder

Eu devo ser bem difícil mesmo. Há um "Q" de todos os signos do zodíaco em mim nesse momento. Freqüentemente ajo com possessividade, com agressividade. Ando insistente, chata, cobradora. Quero tudo pra ontem. Tudo nas medidas mais exatas. Nas minha medidas. Tenho sido egoísta e individualista, além de altamente perfeccionista. Tem horas que nem eu me aguento. E então eu me questiono, como outra pessoa poderia acompanhar um ritmo tão inconstante quanto esse? Posso me desculpar pelas minhas palavras não pensadas, depois peço desculpas por ter pedido desculpas, e assim sucessivamente. Meu lado aquariana nunca esteve tão apagado, tão escondido. O que me assusta, e desencadeia mais meia dúzia de sentimentos absurdos e incontroláveis, tão diferentes daquilo que sei que construí. Sentimentos que remetem a tempos distantes, situações passadas, tempo que passou! Vamos mulher, seja você mesma! Vire essa página, abra esse peito, e se mostre pro mundo mais uma vez!

sexta-feira, 4 de março de 2011

Saudade que é minha


O casaco que me aquece tem o cheiro da saudade que aperta o coração, que faz as lágrimas caírem de vez em quando, que tranca a voz como se fosse impossível falar. Tem em si o cheiro de quem me faz falta, do abraço que eu sonho em ganhar todas as manhãs. As mangas parecem que falam, ouço o som da TV ligada na sala, do rádio na cozinha, dos jogos do computador no quarto. Parece que me puxam pra lá, me põe sentada à mesa tomando café, cercada daquele calor, calor de casa, calor de família. A gola também fala, e sofre comigo, ouve todos os pensamentos, conversa com a minha saudade como se fosse possível remediar, como se os quilômetros fossem que nem os centímetros da régua, a um passo do abraço confidente, do colo materno, da alegria da companhia de quem é nosso a vida inteira. E se a vida inteira for regida por uma saudade dessas, serei obrigada a encher meu quarto de coisas que à eles pertencem.

Hoje em dia


O rádio desligado não diminui o barulho dessa sala. O ar frio gela o corpo, só não congela os pensamentos. Que saem janela afora, correndo pela rua, subindo em árvores. Encontram rostos conhecidos, ouvem sons que remetem lugares e pessoas. Não param. Inventam viagens e amores. Amores como aqueles de carnaval, avassaladores e irresistíveis, cheirosos e gostosos. Altos e baixos, olhos claros e escuros. Como cabelos que se envolvem no corpo, como roupa de inverno pra aquecer. O coração acelera, os olhos começam a fechar, e a imaginação voa outra vez. O interfone toca, o portão tem que ser aberto. E os sonhos, dão espaço a mesa cheia de papel, e o follow up cheio de tarefas pra realizar.

sábado, 26 de fevereiro de 2011

Faz tempo

Aqui se tem uma amizade daquelas que nunca acaba.
Um carinho sem explicação. Palavras que se fazem vento, vontade, sintonia. Sinfonia. Sim, isso também tem aqui.
Um abraço que cala. Um silêncio que fala. Carinho que afaga.
Muda.
E o tempo passa. Voa. Já faz tempo.
Mas ninguém ainda desvendou os segredos, que se escondem por de trás dessas almas.

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Tanta coisa mudou de lugar e eu nem me dei conta. Como o meu eu pode ficar tão longe de mim? É possível se perder no meio de tantas perguntas e pensamentos e ideias que rondam os meus dias e as minhas noites em busca de soluções, de resoluções, de conspirações, de entendimentos. Me tiram o sono, me tiram a fome, me tiram do sério. Mas não mexem no que deviam mexer. Eu continuo fugindo do que eu não sei. Correndo atrás de não sei o que. Esperando algo além do nada. É um vazio. Um vazio que não consegue ser preenchido por nada. Não há som, não há cor, não há aroma que de conta de ocupar esse espaço. E quanto mais eu tento colocar coisas aqui dentro, parece que elas ficam menores, e que o vazio aumenta, e aumenta, e parece não ter fim. Afinal, será que tem fim? Ou eu sempre vou ser um espaço vazio ocupando espaço nenhum?

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Sentidos

Tudo aqui é extremo. Cheio do vazio, cheio da falta de ar, cheio de ausências. Tudo aqui é presença. Presença da saudade, presença do som das vozes, das melodias das músicas.

É poético, musical, viral. Feito das letras unidas, não das palavras formadas. Tudo é junção, combinação. Nada programado. Nada comparável. Cada vez mais distante das convenções. Cada vez mais fechado na nossa bolha de ar.

Sem restrições de tempo, de desejo, de volume. Tanto alto, quanto denso. Caminha pelo tempo como frágil ipê que ao final da estação sai voando com o vento, para no próximo ano estar ali de novo. Florido. Florindo. Enchendo a rua de cor, de cheiro, de emoção. Pintando a calçada de velhas histórias, tão atuais como as músicas quem um dia ouvimos juntos.


domingo, 26 de setembro de 2010

Sobre eu, você e o passado

Dizer o que depois do que foi dito?
Argumentar o que?
Eu não amei aquele cara, eu tenho certeza disso.
Mas era o que?
Eu estava feliz, estava tranqüila, bem sintonizada.
Não era amor.
Não, não era.
Era uma sorte, uma travessura, uma sacanagem, dois celulares desligados...
Não, não era amor
Era inverno, prazer e medo
Não era amor
Era melhor!


do filme Divã.