domingo, 28 de dezembro de 2008




Desde a última vez que nos vimos algo mudou. Algo em mim mudou. Talvez aquela sua última frase dentro do quarto. Não imaginava ouvir aquilo de ti. Tive medo, não respondi nada.

Meu beijo respondeu por mim. Por todo esse tempo que acontece coisas que ninguém explica, que ninguém entende.

Agora o meu quarto parece grande demais. Os dias parecem intermináveis.

E eu acordo numa busca insana por algo distante. Algo imaginário talvez.

Os desejos, os instintos, eles sim, se levantam da cama nessa caminhada sem rumo, sem direção, sem data de retorno. E eu?

Ahh sim, eu sonho. Como sempre.

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Enlouqueço!

Dividir um homem não pode ser tão problemático. As estatísticas apontam que em 2050 serão só 7 milhões de mulheres a mais que os homens.
Já estou conformada!




E aquela voz que eu ainda não ouvi já tem nome, relacionamento, e data de término.

terça-feira, 25 de novembro de 2008

Desconhecido


Isso não vai adiantar.

Teu sorriso me alucina. E eu caio em sonhos e pesadelos e contos de fada quando te vejo passar. Será o cupido escondido atrás das paredes? Como pode ser? Eu não vejo nada. Sinto. Sinto olhos olhando pra mim. Sinto vozes falando de mim. E eu te olho como há tempo não olhava nada. Mas o que se passa ai dentro? Porque o teu tesouro é tão dificil de encontrar? Você podia ao menos me entregar um mapa, talvez que não me sentiria uma menina tola e perdida.

Perdida? Sim! Onde? Como poderei saber. Você não me tira dessa agonia. Cada dia é pior. Você põe uma roupa que eu gosto, mexe os cabelos daquela forma que prende o meu olhar, ri do jeito que me cega.

E mais uma vez me sinto tola. Não sei se te encaro ou se desvio meus olhos. Não sei onde ponho minhas mãos quando me olha. Não sei se fico séria, se rio, ou se não faço nada. Estou chegando a conclusão que eu não sei mais paquerar! (triste) Essa espera me enlouquece. Eu fico toda hora olhando pra fora pra ver se está ali, ou lá. Talvez na sala, no pátio, escostado na parede, vindo do estacionamento. Precisaria de uns dez olhos pra te acompanhar do jeito que eu desejo. Mas não é cruel. É doce. Tem cheiro de pêssego. Maldito cheio que eu sinto quando te vejo na minha frente.

No momento que eu imaginava que mais nada aconteceria na minha vida. Nesses poucos anos vividos, mas diga-se, consideravelmente sofridos e amadurecidos. Eu te olho. E sinto as pernas um pouco bambas. Sinto que minha buchechas ficam rosadas. E os olhos brilham.

Como isso pode ser real? Eu sei que me olhas, talvez me queira. Mas porque eu ainda não sei o som da sua voz? Porque você não me leva pra longe, e me diz ao menos o seu nome? Esta ficando complexo. Serei obrigada a fazer plantão no teu caminho. Irei de imediato te desviar pro meu... Puxar a corda, segurar as mãos e ouvir a voz que eu tanto imagino.




(Obrigada desconhecido por estas sensações)

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Um pouco mais



Um pouco mais do teu amor. Um pouco mais do teu carinho. Mais do teu calor. Mais do teu corpo, teus fios de cabelo, teu suor. Mais dos teus olhos azuis. Mais dos olhos castanhos, verdes, pretos, cor de mel. Um pouco mais da tua altura, da tua grandeza, da tua superioridade. Mais das aventuras, da descobertas, dos desenhos nas nuvens. Um pouco mais dos passos largos, passos curtos, passos de dança. Da voz que ri, que briga, que pergunta, que zomba. Mais dos sorrisos, daqueles forçados, dos sem aparelho, com aparelho, dos dentes separados. Um pouco mais do teu perfume, do cheiro do teu shampoo, das pastilhas e dos cigarros. Mais da vontade de comer batatas, de comer chips, de tomar uma coca bem gelada. Um pouco mais das caminhadas noturnas, caminhadas diurnas, caminhadas nos sonhos. Mais dos versos, das canções, das poesias traduzidas em ilusões. Das fotos não tiradas, dos desenhos recortados, dos nomes rebiscados em qualquer pedaço de papel. Um pouco mais dos sapatos jogados na sala, dos brincos perdidos debaixo da cama, dos desejos embriagados nos lençóis. Mais de subir escondida até o teu quarto, de esbarrar nos movéis da sala, de tapar minha boca com as mãos para que ninguém ouça minhas risadas. Mais dos beijos interminaveis, dos selinhos, dos beijos de atração, de sedução, de proteção. Um pouco mais das tuas mãos no meu cabelo, dos teus lábios no meu rosto, do teu cheiro no meu corpo. Mais das loucuras do meio da noite, das pedras na janela, das ligações sem motivo. Um pouco mais do frio na barriga, do vento no pescoço,do balançar de pernas. Das maquiagens manchadas, cabelos bagunçados, roupas amassadas. Mais dos desejos contidos, risos incontidos, beijos largados. Um pouco mais dos bancos nas praças, das mesas nas boates, dos pisos nos terminais. Mais dos encontros nas esquinas, nos shopping's, no pé do morro. Das brigas e discussões, das noites perdidas nas conversas virtuais, dos sorrisos no meio da rua. Um pouco mais do meu amor, do teu amor, do nosso amor. Mais dos meus amores, dos vários homens, dos muitos beijos. Um pouco mais de cada um. Mais de mim. Mais do gosto da vida que eu descubro a cada dia. Um pouco mais dessa vida doce. Só isso, um pouco mais.

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Considerações Finais


Não me importo com o que pensa. Senhor, não somos todos iguais. Não vivemos um em função do outro. A vida de todos é marcada por fases, estágios. E talvez eu esteja vivendo a maior e melhor e mais engrandecedora fase da minha vida. Não quero perder ninguém ao meu redor. Mas não posso admitir que as pessoas julguem meus passos e se sintam machucadas com as pedras que tiro do caminho. Eu amo a todos e não amo ninguém. Eu quero todos e não tenho ninguém. E talvez seja exatamente isso que eu prospero. Essa liberdade pronunciada que me levanta o espirito e põe o sorriso no meu rosto.

Essa mão que eu invento que segura a minha. Ou esse sorriso que eu finjo que é pros meus olhos. E as ruas que subimos tão vagarosamente, é nela que se encontram o que chamamos de vida. De arte de viver. As luzes acesas não deixam o medo vir a tona. As vozes me falam que há vida, e muita vida ali dentro daquelas paredes. O vento, e a brisa, e os sons da noite me trazem a calmaria de uma vida doce e bela. De uma vida de descobertas, de livros e amores.

O amor que eu nutro, que eu acho que amo, deve ser por mim mesmo, ou pela minha vida, ou pela beleza de descobrir a viver. Porque não há aquele que me faz sonhar, que me faz suspirar. Ou de repente, eu sonho com todos e eu suspiro por todos.

Cada um me cede uma experiencia. Me dá um sorriso. Conquista um beijo. Há um idealizador. Há a minha inspiração. Vem de coisas compartilhadas com uma pessoa. Pessoa que me faz rir não sei de quê. Que me acompanha em aventuras simples mas apaixonantes. Mas eu ainda não descobri o que mantém essa ligação entre nós. [uma experiancia que eu nunca vivi. Um relação desconhecida, mas que eu sempre idealizei].

Explorar! Rir! Viver! Cantar! Viajar!!! Na vida, nas letras, nos sonhos, nas ruas, nos meus desejos, nos teus desejos. Nas nossas teorias. Não se canse, não me canse. Nós nascemos pra viver e pra ser feliz. Pra ser adultos no documento e crianças de espirito!

Caminho a passos raros, nem sempre facéis. Caminho diante do que eu contruí. O meu caminho não está feito. Tenho autonomia suficiente pra fazer a minha trilha e descobrir as minhas fronteiras.





(Não se sinta mal, por favor, não quero te magoar. Estou procurando a mim mesmo nesse mundo louco).

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Em busca dos milagres ainda não acontecidos


Para uma menina com uma flor - Vinicius de Moraes


Porque você é uma menina com uma flor, e porque você tem um rosto que está sempre um nicho, mesmo quando põe o cabelo para cima, parecendo uma santa moderna, e anda lento, e fala em 33 rotações mas sem ficar chata. E porque você é uma menina com uma flor, eu lhe predigo muitos anos de felicidade, pelo menos até eu ficar velho.
E porque você tem um ursinho chamado Nounouse e fala mal de mim para ele, e ele escuta e não concorda porque ele é muito meu chapa, e quando você se sente perdida e sozinha no mundo você se deita agarrada com ele e chora feito uma boba fazendo um bico deste tamanho. E porque você é uma menina que não pisca nunca e seus olhos foram feitos na primeira noite da Criação...e quando eu olho você muito tempo você vai ficando nervosa até eu dizer que estou brincando. E porque você é uma menina com uma flor e cativou meu coração e adora purê de batata, eu lhe peço que me sagre seu Constante e Fiel Cavalheiro.
E já que você é uma menina com uma flor e eu estou vendo você subir agora, e o meu coração, como quando você me disse que me amava, põe-se a bater cada vez mais depressa. E porque você é a única menina com uma flor que eu conheço, eu escrevi uma canção tão bonita para você... E porque eu me levanto para recolher você no meu abraço. O meu amor por você é feito de todos os amores que eu já tive.Foram passando você de mão em mão até mim, entre cantos, súplicas e vociferações - porque você é linda, porque você é meiga e sobretudo porque você é uma menina com uma flor.






[Levemente adaptado]

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Sem teu carinho, meu mundo fica tão vazio

E o que me faz perder o jogo é a minha sede de ganhar. É o que eu tento dominar. Fazer nascer. Mas morre. Morre eu e tu. E as cartas, fotos e sonhos. Perdida mais uma vez. Ela está fácil. Naquela fase de encantamento. Tudo é lindo, por mais que ela saiba que nem todos prestam. E que nem tudo é perfeito.


Saudade disso!


















Me traz o teu carinho de volta. O teu beijo que eu quero. Não precisa ser pra sempre. Basta ser por hoje.

terça-feira, 21 de outubro de 2008

Chegou ao fim - Agora entendo


Amor perdido


Amor perdido, traga-me o pensamento,mas o pensamento isento de tudo o que o reprime,sejam consolações, sejam mentiras que invento

Que forma-se caminho único,única tela que se contém a definir-teliberta da comum traição do desejo, que era ter-te,apegada a tantas situações que criei,na justificativa absurda de querer-te, em tudo que inventei

Querer-te somente minha, falante e incompreensível,ao lado dos meus sonhos, por menores que fossem

O amor vivo só retém vestígios de amargura que o completamsempre para além da comum felicidade

Surgem outros desejos, alheios os nome do amor,como outras rosas, decepções alheias

E o pensamento se desvia,se complica entre detalhes,faz-se tudo em se perder,no tanto que clareia além de si,restando obscuro, sem desejo

O amor perdido tem o Dom de ser caminho único,idéia fixa que não tem sentido, nem definição

Enquanto viver um amor perdido,também simplesmente, puramente,viverá seu pensamento


(Gustavo Ferreira Grossi)

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Posso ir?

Agora eu posso ir adiante? Você deixa? Desejo,antes que tantas outras coisas, conhecer você. Mas não esse seu que me confunde, que me intriga. Quero ver de verdade. Abrir meus olhos e ver você sorrindo, como sei que ri quando me fala ao telefone. Sinto um não sei o que por ti. É estúpido. Não existem motivos papupavéis. Ou seria os seus olhos que me atraem? O seu caminhar que me desvia os olhos? A sua voz que me arrepia? Não posso afirmar. Teu corpo suado que me transfere calor e sensações. Teu jeito frio e distante que me ilude. E o escorpião que seduz e se afasta, deixa esta aquariana doida, envolvida.
Tu seria como um poeta do romantismo. Um homem de mil mulheres e apenas um amor. Galenteador, popular, objeto de desejo. Mas teu coração acelera por uma. Apenas ela que te dá asas. Que consegue arrancar musica dos teus olhos. E então eu começo a descobrir o que me fascina em tudo isso.
Ver que existe mais amores platonicos do que os meus fios de cabelo podem contar.
Não é você que eu desejo, é o que você é. É o que você pode dar. Engrandecer. Fazer a alma se elevar a outro plano. Onde estão os corações e as asas. É ver que eu não sou louca e sonhadora. Que alguém como eu imagino existe. Que as palavras que eu desejo ouvir são reais. Estão ali. Perto dos olhos. Mas não são pra mim. E eu sei. E eu acho encantador. Não você. As palavras.
É isso que me atrai. Essa incógnita que é você. Não deixa espaços. Não transparece sentimentos.
Absurdos. Personagens que saem de dentro de você e voam. As vezes sinto tocar um deles. Não sei qual. Dificil encontra-lo de novo. Isso me prende em você. No que eu idealizei quando te vi, e que milênios depois se desfez no amor que foi trocado. Seu suor pelos meus pensamentos.

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Bagunçar sim


Me tira dessa agonia. Desse sono interminável. Eu caio. Minha cabeça dói. Mas até onde eu iria pra dizer que gosto de você?! Até onde você consegueria me ver?

E correr e fugir já é tão mais mágico do que te beijar. Não.

Hoje eu quero teu beijo, teu cheiro, teu carinho. O corpo que esquenta o meu corpo. Que me faz suar, acelera coração, respira forte. Forte como tu. Como eu queria ser. Ainda não é hora de largar a roupa velha. A velha foto. O velho sorriso.

Preciso arrancar mais de ti. Pra minha propria satisfação. Assumo. Riscos, medos, desejos, sonhos, vontades. E cada vez que ponho os pés em casa, quero na tua casa pisar. No teu corpo caminhar. Sem receio.

Que seja só pela magia do corpo que me chama. Que em teu coração não passe nada. Mas algo em ti clareia. Os sentimentos podem não existir. Os desejos são tímidos. Tímidos como eu ao sentar na tua cama. Mas outra vida se envolve na tua.

Eu sou boba, sim, eu sei. Eu acredito no que as pessoas me falam. Tolice. Deixa teu corpo juntar-se ao meu sem medo do amanhã. Sem medo do que vai pensar quando fechar os olhos. Sem medo do que vai sentir quando eu for embora.

É sublime e mágico esse momento. E eu quero mais... e eu quero rir quando estiver contigo. Quero trazer coisas tuas pra minha casa. Quero bagunçar teu cabelo, bagunçar teu quarto, quem sabe, a tua vida.

"Pode me abraçar sem medo, pode encostar tua mão na minha..."

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Arquivado




E isso que fazes? É com que intenção? Fico tão inquieta. Tão muda quanto tonta. Cansada. Teu desejo me cansa. Tua sedução me tira do prumo, me enlouquece.


Me pego andando teu passo. Cantando teu corpo, tocando tua voz. Perdida na imensidão de um quarto 4x3. As palavras se encostam, e então teu corpo se encosta ao meu. E mais uma vez eu fico sem chão. Que loucura é essa que o calor do teu corpo provoca em mim?


Não te vejo, não te toco, não te sinto. O que será isso mais uma vez? Aquele desejo exprimido em palavras doces e sutis, pra na hora do quarto mostrar-me as asas e me fazer voar como presa agarrada no bico de um passaro?


Sem medo, pouca devoção. Te desejo pelo simples desejo que eu sinto em te desejar. Na rua, na cama, na grama. Onde tantas outras faces eu possa fazer amor. Comigo. Contigo. Com a vida. Natureza. Ar e mar.


Os sons da tua cabeça embalam a minha respiração. Oscilante como a conversa, como o beijo. E me sinto mais uma vez presa. Presa a um nada que me seduziu. Que se apoderou do que eu tinha e não tinha. Do que eu desejava e odiava. Fez aquela batida de idéias e sensações, que eu tomo como água debaixo do sol quente.


A minha voz ainda vai te guiar. Mostrar o velho caminho. Perdido no que não foi dito e no que foi desejado. Na história que se perdeu por falta de relatos. Pelo medo do envolvimento. Pela preservação de liberdade. Vai ou volta. Os dois... bem está dificil de sincronizar.



É com o teu beijo que eu vou escrever o mapa. Mais um de tantos que eu já espalhei e foram parar em mãos erradas. É aquele beijo que me teletransporta pra longe. Dentro de ti, pelos teus lados, transborda pela boca, e eu saio de novo como entrei. Escondida pela porta da frente. Sem fazer barulho, nem grandes estragos. O amor ficou lá dentro. Os fatos arquivados no fundo das gavetas. Minhas. Tuas também. Pra quando der vontade, abrir as gavetas, e deixar o "amor" fluir de novo.

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Cessa alma!


Esta sede santa e inquieta, que não cessa, de encontrarmos um dia uma alma que nos veja com simplicidade e clareza, que nos compreenda, que nos ame, que nos sinta.

É de encontrarmos essa alma assinalada pela qual viemos vindo de tão longe sonhando e andamos esperando a tanto tempo...

É esta bendita loucura de encontrar essa alma para desabafar ao largo da vida com ela, respirar livre e fortemente toda a onda viva de vibrações e de chamas do sentimento que contivemos por tanto tempo guardada na nossa alma...

E quando a flor dessa alma se abre encantadora para nós, quando ela se nos revela com todos seus sedutores e recônditos aromas, quando afinal descobrimos um dia, não sentimos mais o preito opresso, esmagado: uma nova torrente espiritual deriva do nosso ser e ficamos então desafogados, coração e cérebro inundados de graça de um divino amor...


(Cruz e Sousa - Emparedado)

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

Imensa


A inteligencia é apaixonante. Percebo como eu e muitos a minha volta somos pequenos. Fúteis e sem conteúdo. Imaginem eu, que na aula de economia ouço o professor dizer: - Quero parar de trabalhar o mais rápido possivel e morrer dentro de uma biblioteca.

Eu fiquei chocada. Emocionada. Como eu desejo ter essa paixão pela vida, pelo conhecimento. Como eu aspiro o romance com os livros, com o meu íntimo. Com o desconhecido. Me transportar para outros mundos. Outros tempos. Outras civilizações. Nada é tão intenso e barato como a leitura.

Com o pouco que escrevo e descrevo já me sinto grande e inatingivel. Mas agora sei que posso mais. Sei que existe um mundo a disposição. E hoje eu fixei uma coisa em minha mente, pra minha vida. Esse mundo vai ser meu.

Os meus sonhos são grandes mas não vou me abater pelas pedras encontradas no caminho. Vou juntar cada uma. Li um dia, não lembro onde, e agora também não lembro quem escreveu. "Pedras no caminho? Guardo todas. Um dia vou construir um castelo."


É isso mesmo. Hoje é essa minha determinação.

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Tipo felizes para sempre


A menina não sabia bem o que acontecia. Ela o viu apenas uma vez. Mas aqueles olhos marcaram tanto, que era como se ela visse o mundo através do azul dos olhos dele. Ele nunca era muito cordial. Não parecia muito interessado no interesse dela. A menina ficava triste. Afinal aquele menino de cabelos cacheados, havia dado um novo rumo para a vida dela. Ela acordou de um pesadelo. De uma perseguição. Uma coisa que já não existia mais. Nada muito grande e significativo. Nenhum sentimento aparente. Apenas uma mudança de perspectiva. Ela sentia que o menino não era ele mesmo por todo o tempo. Oscilava muito. Tinha dias que era carinhoso, gentil, querido, outros, porém, tão seco e rude que nem falava com ela. Mas a menina não desistia. Ela não queria ser chata. Ela queria dar atenção e carinho pro menino. Mas até hoje ela não sabe se ele entendeu que era isso que ela queria.

Eles combinaram de se encontrar. Essa seria a segunda vez que eles se viriam. Marcaram num dia de trabalho, um dia comum. No inicio da noite, no meio do caminho entre a casa deles. A menina no fundo sabia que ele não era aquele dos contos de fadas. O sapo que depois de beijado vira príncipe. (se bem que com aquela carinha linda era difícil acreditar). Mas do mesmo jeito decidiu ir encontrar o menino. Estava nervosa e impaciente. A colina em que morava parecia cada minuto mais alta. Suas mãos tremiam, não conseguia comer, sentia um frio na barriga. Tudo isso desde a hora em que levantou da cama até o instante em que viu o cabelo cacheado do menino de olhos azuis parado ali na esquina. Um alívio. Ele veio! Nem parecia tão sapo assim, pensou. Era ele...

A menina incontida por um sorriso de orelha a orelha. Porém não conseguiu pronunciar nem meia dúzia de palavras. Suas mãos ainda tremiam, o frio na barriga aumentara, mas agora era por ver aqueles olhos ali, bem na sua frente. E ouvir aquela voz seca e sedutora. Faltava algo. Ela sabia que não demoraria. Logo o menino sentou ao seu lado, a abraçou e lhe deu um beijo. Era o que faltava. Um beijo. O beijo era quente, parecido. A menina ficara sem ação. Mas gostava. Gostava do jeito como ele a tratava. Ela como menina, ele como professor.

No fim da noite, depois do ultimo beijo, a menina agora tinha certeza de que ele não era o príncipe. Mas era um sapo tão doce e galanteador, mais ensaboado do que doce. Fácil de escapar. Ele dela, mas não ela dele. O menino envolveu a menina. A seduziu. E ela se segurava em tudo que podia, desviava ao máximo o olhar, tudo isso por medo de ser abduzida por aquelas naves azuis em sua face. Naves azuis sempre a seduziram. Impossível. Ele é um sapo. Talvez um belo sapo, e ela, bem, ela é a menina do alto da colina.

Meninas da colina e sapos não formam um casal do tipo felizes para sempre. Talvez nos sonhos e nas histórias. Talvez nas ruas e nos quartos. Nos beijos e carinhos. Mas pra vida real, não. Não pra realidade deles. Não pra vida deles. Não pra atração entre eles.

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Aceitar o que há

Mas o que há de errado com a chuva? Todos reclamam, que o tempo fica ruim, o dia fechado, as coisas umedecem... eu gosto tanto da chuva, ela sempre me traz a sensação de purificação. Mesmo eu chegando com as pernas molhadas até o joelho...
Na realidade as pessoas reclamam demais. A humanidade reclama demais. Nada nunca está bom. Sempre falta o sol pra aquecer, o vento pra refrescar. A flor que nunca se ganha, o beijo que sempre se espera. Aquele filme que não chega aos nossos cinemas, e aquela langerie que falta coragem pra comprar. É um mal coletivo. Uma doença que não cessa. O não estar satisfeito com isso, com aquilo, e por ai vai.
Tenho medo de não me satisfazer com as coisas. É triste. Aprendi que um sorriso vale mais que uma gargalhada. Quando você menos espera, tem alguém ali, logo a sua frente iluminando seu rosto com um sorriso. E que sorriso... e você ri também. É o jeito mais fácil, e mais gostoso de reconhecer o carinho. Esse carinho, pode ser de anos, de uma vida toda, ou de duas horas atras.
Ahh, melhor ainda é aquele sorriso que dá vontade de beijar. Esse sorriso é otimo. Desperta vontades e desejos dentro de nós. E mudamos. Nos transformamos. Sim, todos temos uma cara escondida. Algo que ninguém imaginaria existir. Uma máscara. Um PERSONAGEM. E isso que eu desabrocho hoje. Esse personagem que nem eu mesmo sei como criei. Talvez eu seja um personagem sem intenção, sem querer. E isso me torna bizarra. Cheia de histórias. Mas e os outros? Aqueles que criam personagens em suas vidas para tentar ser o que todos esperam? Ou ser uma coisa que idealizam perfeita? Não, assim não é possivel. Muitos acham que nos enganam. Rio. Não é bem assim. O olhar, a perspectiva vão mais além. É realmente possivel sentir quando a pessoas que se tem ao lado é ela mesma ou aquele personagem...
Aprendi isso depois de anos. De muito ter chorado e quebrado a cara. Mas hoje, quase uma PHD no assunto, não me permito cair nessas ciladas. Como todos, eu tenho um falso eu, ou vários 'falsos' eu. Sim, porque ás vezes um só é muito pouco. Ás vezes é preciso um pra cada ocasião. Hoje quem vos escreve sou eu, mas amanhã pode ser que não. No fim, todos temos uma cara escondida, segredos mortais. E muitos não se aceitam. (isso vai ser engraçado). Muitos não aceitam o personagem que existe dentro de si. Eu existo, e dentro de mim existem várias outras. Eu aceito facilmente as falsas faces ao meu redor, nem sempre vou ser cordial com elas. Elas vão se parecer comigo, eu sei, e eu vou me divertir. (enquanto há tempo).

terça-feira, 30 de setembro de 2008


Depois de tantas vezes tentar é preciso arriscar. Talvez isso não mude nada. Seja só mais um encomodação. Mas a necessidade de uma exposição, por menor que seja é fatal. Não se sabe como e nem porque. Mas esta aqui. Nas coisas que eu escrevo e que ficam engavetadas. Elas não seguem um estilo, nem tem um padrão.

Ora! A vida e os pensamentos não tem formatos, não tem padrões, não seguem linhas! Minhas palavras as vezes não fazem sentido, como tantas outras coisas na minha vida. São um risco, um pouco jogadas, pra lá e pra cá. Uma aventura. Uma displicência. Coisas pela metade, coisas que ficaram para trás sem resolução, e que eu não tenho coragem de voltar. De atravessar a rua. De segurar tuas mãos.

Olha, já me perdi no caminho. O que fazer? Me prendo aos pensamentos. As palavras que vem a cabeça. E sai essas coisas. Essas loucuras. Não só nos textos. Na vida. A falta, eu diria, nos leva a cometer coisas doidas, sem sentido, sem certeza. Mas eu não não posso (e também não quero) a certeza de tudo. O gosto do mistério se faz justamente a isso. O amanhã que é escuro. O que é novo e desconhecido.

E cá estou eu, a jogar palavras nessa caixa e filtrar pensamentos, para quem sabe assim, conseguir idealizar algo. Nem que seja a verdade de não saber o que fazer.