segunda-feira, 15 de novembro de 2010
quarta-feira, 13 de outubro de 2010
Sentidos
Tudo aqui é extremo. Cheio do vazio, cheio da falta de ar, cheio de ausências. Tudo aqui é presença. Presença da saudade, presença do som das vozes, das melodias das músicas.
É poético, musical, viral. Feito das letras unidas, não das palavras formadas. Tudo é junção, combinação. Nada programado. Nada comparável. Cada vez mais distante das convenções. Cada vez mais fechado na nossa bolha de ar.
Sem restrições de tempo, de desejo, de volume. Tanto alto, quanto denso. Caminha pelo tempo como frágil ipê que ao final da estação sai voando com o vento, para no próximo ano estar ali de novo. Florido. Florindo. Enchendo a rua de cor, de cheiro, de emoção. Pintando a calçada de velhas histórias, tão atuais como as músicas quem um dia ouvimos juntos.
domingo, 26 de setembro de 2010
Sobre eu, você e o passado
segunda-feira, 20 de setembro de 2010
Não brinque comigo
Isso vai doer nele, vai doer nele não ser homem para ela e tentará não mostrar que está sangrando. Seguirá caminhando com a cabeça erguida até o fim da cicatriz, até que o joelho de sua boca canse de sangrar o mesmo sangue.
Tudo foi brincadeira porque ela zombou da possibilidade do amor e ele se acovardou e calçou novamente os sapatos e se viu nu enquanto ela ia e recolheu os cabelos que cresciam de seus cílios.
Tudo foi brincadeira, o pescoço de hortelã, as infâncias sentadas no portão de ferro controlando a cor dos carros, a fome esquecida para ficar mais tempo juntos.
Tudo foi brincadeira, a cumplicidade, a intimidade. O período em que fiavam seus segredos, que se confessaram como nunca antes, que se abriram como amantes.
Tudo foi brincadeira, tudo será sempre uma brincadeira sádica, uma brincadeira cruel, quando apenas um dos dois estiver amando.
Carpinejar, do livro Canalha!
segunda-feira, 13 de setembro de 2010
Tédio
Novos tempos
domingo, 11 de julho de 2010
Se isso não é amor...
sexta-feira, 14 de maio de 2010
Nueva vida
sábado, 1 de maio de 2010
Samba de amor e ódio
Não há abrigo contra o mal, nem sequer. A ilha idílica na qual, a mulher e o homem vivam afinal, qual se quer, tão só de amor num canto qualquer.
Erra quem sonha com a paz, mas sem a guerra.O céu existe pois existe a terra, assim também nessa vida real. Não há o bem sem o mal. Nem amor sem que uma hora o ódio venha. Bendito ódio! Ódio que mantém a intensidade do amor. Seu ardor, a densidade do amor, seu vigor. E a outra face do amor vem a flor. Na flor que nasce do amor.
Porém há que saber fazer sem opor, o bem ao mal prevalecer. E o amor ao ódio incerto em nosso ser se impor. E a dor que acerta o prazer sobrepor. E ao frio que nos faz sofrer o calor. E a guerra enfim a paz vencer.
(Pedro Luís e Carlos Rennó)
quinta-feira, 8 de abril de 2010
Perigo de solidão
quinta-feira, 18 de março de 2010
Grito de desespero
terça-feira, 23 de fevereiro de 2010
quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010
Pra que tanto?
terça-feira, 9 de fevereiro de 2010
Seria saudade.
(Leticia Wierzchowski, A Casa das sete mulheres)
domingo, 7 de fevereiro de 2010
Vinte?!
O problema da sua idade não poder ser mais contada nas duas mãos, é que agora seu mundo é bem maior, você se sente pequeno, as expectativas continuam aumentando
e as lembrças vem pela boca dos outros: - Nossa como você cresceu! Tá uma mocinha já! Te peguei no colo sabia?!
Agora o problema de se ter vivido duas décadas é que você mesmo passou a criar expectativas. As vezes se frustra diante da derrota, tem medos, sonhos, amores impossíveis.
E nada do que cresceu com você é esquecido.
Eu brincava de comidinha com barro bem vermelho e água, chegava suja em casa e ouvia uma bronca imensa vinda mãe.
Larguei as bonecas pra viver meu conto de fadas, o primeiro amor, deu certo enquanto durou. Muitas lágrimas rolaram.
Vivi amores de carnaval que duraram o ano todo, outros que acontecerão até fora de época, mas que foram avassaladores.
Tive amigos de infância, amigos da igreja, amigos da rua, amigos do teatro... e hoje sou grata a Deus por terem eles como parte da minha vida.
Sim, vinte anos de lutas e glórias. De consciência, embriaguez, incompreensões, estudos, entendimentos, paixões, teatro, reggae, tiro ao alvo, bossa nova,
verdades encobertas, aumento de peso, crescimento infinito.
E aquelas expectativas continuam, só que hoje elas vem de mim mesmo, até onde eu vou chegar, eu não sei, mas o questionamento é contínuo: - E ai, o que temos pra amanhã?