quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Aceitar o que há

Mas o que há de errado com a chuva? Todos reclamam, que o tempo fica ruim, o dia fechado, as coisas umedecem... eu gosto tanto da chuva, ela sempre me traz a sensação de purificação. Mesmo eu chegando com as pernas molhadas até o joelho...
Na realidade as pessoas reclamam demais. A humanidade reclama demais. Nada nunca está bom. Sempre falta o sol pra aquecer, o vento pra refrescar. A flor que nunca se ganha, o beijo que sempre se espera. Aquele filme que não chega aos nossos cinemas, e aquela langerie que falta coragem pra comprar. É um mal coletivo. Uma doença que não cessa. O não estar satisfeito com isso, com aquilo, e por ai vai.
Tenho medo de não me satisfazer com as coisas. É triste. Aprendi que um sorriso vale mais que uma gargalhada. Quando você menos espera, tem alguém ali, logo a sua frente iluminando seu rosto com um sorriso. E que sorriso... e você ri também. É o jeito mais fácil, e mais gostoso de reconhecer o carinho. Esse carinho, pode ser de anos, de uma vida toda, ou de duas horas atras.
Ahh, melhor ainda é aquele sorriso que dá vontade de beijar. Esse sorriso é otimo. Desperta vontades e desejos dentro de nós. E mudamos. Nos transformamos. Sim, todos temos uma cara escondida. Algo que ninguém imaginaria existir. Uma máscara. Um PERSONAGEM. E isso que eu desabrocho hoje. Esse personagem que nem eu mesmo sei como criei. Talvez eu seja um personagem sem intenção, sem querer. E isso me torna bizarra. Cheia de histórias. Mas e os outros? Aqueles que criam personagens em suas vidas para tentar ser o que todos esperam? Ou ser uma coisa que idealizam perfeita? Não, assim não é possivel. Muitos acham que nos enganam. Rio. Não é bem assim. O olhar, a perspectiva vão mais além. É realmente possivel sentir quando a pessoas que se tem ao lado é ela mesma ou aquele personagem...
Aprendi isso depois de anos. De muito ter chorado e quebrado a cara. Mas hoje, quase uma PHD no assunto, não me permito cair nessas ciladas. Como todos, eu tenho um falso eu, ou vários 'falsos' eu. Sim, porque ás vezes um só é muito pouco. Ás vezes é preciso um pra cada ocasião. Hoje quem vos escreve sou eu, mas amanhã pode ser que não. No fim, todos temos uma cara escondida, segredos mortais. E muitos não se aceitam. (isso vai ser engraçado). Muitos não aceitam o personagem que existe dentro de si. Eu existo, e dentro de mim existem várias outras. Eu aceito facilmente as falsas faces ao meu redor, nem sempre vou ser cordial com elas. Elas vão se parecer comigo, eu sei, e eu vou me divertir. (enquanto há tempo).

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