quinta-feira, 18 de março de 2010

Grito de desespero

Então me diga, o que é que se faz quando já não temos mais esperança? De que me vale uma vida nova se eu não estou feliz? Será que todos os sonhos que eu sonhei eram apenas ilusão, a foto abstrata de uma realidade que eu nunca viveria? Eu não me reconheço mais, na verdade, eu não me conheço mais. E temo por isso. Onde foi que eu perdi minha essência? Onde foi que eu me perdi do meu eu? E se tudo o que eu tenho de mais importante está ligado ao passado, está ligado ao que foi verdadeiramento a minha vida, como posso, hoje, não tendo nada de motivador, a não ser a minha própria existência, encontrar motivos pra fazer algo além de sobreviver? Deus, espero que me perdoe por essas palavras, mas o que eu mais temi a vida inteira aconteceu. Mexer no que estava bom pra não encontrar a satisfação no NOVO. O novo onde as coisas não dão certo pra mim, e que eu tenho como companhia nada mais do que a minha própria solidão. É possível viver assim? Digo, é possível sobreviver assim? Peço pelo meu tempo de volta, mas é inútil. Tudo muda tão rápido, como se eu nunca tivesse pertencido a outro lugar. O fato é que minha vida nunca vai ser a como era antes, e consequentemente, eu não serei igual. Ai mora mais um medo: será que meu novo eu, ainda que indesejado por mim, será aceito pelos outros? Amigos, família, amores? E como posso eu pensar num futuro melhor, se o meu presente é tão diferente e ao mesmo tempo tão sufocante como meu passado? Preciso de uma luz, mas não sei se meus olhos ainda preservam tal sensibilidade para enxergar.