terça-feira, 23 de fevereiro de 2010


Tem uma coisa que bate a porta, mas ainda não tem nome. É o que popularmente se chamaria de decepção. Mas aqui foi mais forte, mais intenso. Deixou marcas que nenhum machucado foi capaz. Me pergunto frequentemente se eu conheço as pessoas com que convivo. Assim como frequentemente recebo surpresas não tão agradáveis. Quando o pedido de tempo se faz necessário imagino que as coisas não tenham concerto. Sempre acreditei que o tempo é o fim não declarado. E acho que mais uma relação teve seu fim. Mesmo quando falamos em amizade, falamos em relacionamento. E todo relacionamento tem crises. Tem altos e baixos. E a vida segue, mesmo que com um gosto mais amargo nos próximos dias...

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Pra que tanto?

Frustração que aflige a alma de alguém. Transforma tudo em dor, em sofrimento. E os olhos, já tão baços de esquecimento e desilusão, que o que era pra ser alegria e festa, vira reclamação e tédio. Despenca do alto da expectativa e cai, de cara e coração no chão. Quebrando mais um período de entusiasmo.

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Seria saudade.

É isso que sou: um cofre, uma urna daqueles sonhos perdidos, do sonho de uma república e do sonho de um amor que se gastou no tempo e nas estradas desta vida, mas que ainda arde em mim, sob essa minha pele agora tão baça, com a mesma pulsação inquieta daqueles anos.


(Leticia Wierzchowski, A Casa das sete mulheres)

domingo, 7 de fevereiro de 2010

Vinte?!

O problema em deixar das fraldas é que logo as expectativas sobre seu futuro aumentarão.
O problema da sua idade não poder ser mais contada nas duas mãos, é que agora seu mundo é bem maior, você se sente pequeno, as expectativas continuam aumentando
e as lembrças vem pela boca dos outros: - Nossa como você cresceu! Tá uma mocinha já! Te peguei no colo sabia?!
Agora o problema de se ter vivido duas décadas é que você mesmo passou a criar expectativas. As vezes se frustra diante da derrota, tem medos, sonhos, amores impossíveis.
E nada do que cresceu com você é esquecido.
Eu brincava de comidinha com barro bem vermelho e água, chegava suja em casa e ouvia uma bronca imensa vinda mãe.
Larguei as bonecas pra viver meu conto de fadas, o primeiro amor, deu certo enquanto durou. Muitas lágrimas rolaram.
Vivi amores de carnaval que duraram o ano todo, outros que acontecerão até fora de época, mas que foram avassaladores.
Tive amigos de infância, amigos da igreja, amigos da rua, amigos do teatro... e hoje sou grata a Deus por terem eles como parte da minha vida.

Sim, vinte anos de lutas e glórias. De consciência, embriaguez, incompreensões, estudos, entendimentos, paixões, teatro, reggae, tiro ao alvo, bossa nova,
verdades encobertas, aumento de peso, crescimento infinito.
E aquelas expectativas continuam, só que hoje elas vem de mim mesmo, até onde eu vou chegar, eu não sei, mas o questionamento é contínuo: - E ai, o que temos pra amanhã?